domingo, 14 de fevereiro de 2010

SISTEMAS

SISTEMAS

O QUE É SISTEMA: sistema (ê)
s. m.
1. Conjunto de princípios verdadeiros ou falsos reunidos de modo que formem um corpo de doutrina.
2. Combinação de partes reunidas para concorrerem para um resultado, ou de modo a formarem um conjunto: Sistema nervoso; sistema planetário.
3. Modo de organização: O sistema capitalista.
4. Modo de governo, de administração, de rotação: Os sistemas eleitorais.
5. Conjunto de meios e processos empregados para alcançar determinado fim.
6. Conjunto de métodos ou processos didácticos!.
7. Método, modo, forma.
8. Anat. Conjunto de órgãos compostos pelos mesmos tecidos e destinados a funções análogas.
9. Astron. Grupo de corpos celestes associados e que giram segundo as leis de gravitação.
10. Filos. Conjunto de ideias científicas ou filosóficas logicamente solidárias, consideradas mais na sua coerência que na sua verdade.
11. Geol. Períodos que separam as eras: Sistema devoniano.
12. Modo de distribuição ou disposição das cordilheiras quando se apresentam mais ou menos no mesmo sentido.
13. Hist. nat. Método de classificação no emprego de um só ou dum pequeno número de caracteres!: O sistema de Lineu.
14. Modo de distribuição dos seres da natureza.
15. Classificação dos seres que tem somente por fim facilitar o estudo dos mesmos seres.
16. Mús. Reunião dos intervalos musicais elementares compreendidos entre dois limites sonoros extremos e agradáveis ao ouvido.
por sistema: sistematicamente; de caso pensado.
sistema das ondulações: teoria que explica a propagação da luz por vibrações e ondas luminosas.
sistema de acoplamento: sistema de circuitos ressonantes e linhas de transmissão utilizado para transferir energia dum transmissor para uma antena.
sistema de arrefecimento: sistema de resfriamento ou de refrigeração.
sistema de equações: conjunto de várias equações que ligam simultaneamente diversas variáveis.
sistema de exploração: conjunto de programas que permitem gerar as diversas tarefas dum computador e descarregar os utilizadores de toda a programação de rotina.
sistema de forças: conjunto dum número limitado de forças aplicadas a um mesmo corpo sólido.
sistema de referência: conjunto de corpos (eles próprios considerados como fixos, pelas necessidades da demonstração) por analogia com aqueles que definem o movimento dum outro corpo.
sistema de unidade: conjunto coerente de unidades de medida.
Sistema Internacional de Unidades (SI): sistema que substituiu o sistema métrico em 1962 e que compreende sete unidades de base: metro, quilograma, segundo, ampere, kelvin, mole e candela.
sistema mercantil: o que considera o numerário como a verdadeira representação da riqueza de uma nação e proíbe ou diminui as importações.
sistema métrico: Ver métrico.
sistema monetário europeu: sistema de harmonização das trocas das diferentes moedas europeias (sigla: S.M.E.).
sistema nervoso: conjunto dos órgãos que recebem, transmitem e transformam o influxo nervoso.
sistema nubloso: conjunto dos diferentes tipos de nuvens que acompanham uma tempestade completa.
sistema solar: sistema que estabelece o Sol como centro dos movimentos da Terra e dos planetas


O que é o sistema?


Podemos responder essa indagação de várias maneiras. Poderíamos dizer que o sistema “é tudo que está á sua volta, tudo que foi criado ou que existe e que te mantenha inserido dentro dele”. O sistema é, em suma, o mundo em que você vive (ou pelo menos o mundo em que você acha que vive ou tenta viver). O sistema se manifesta sob diversas formas. Ele é o mundo regido pelas leis e regras (sejam físicas ou morais), é também produto direto das instituições governamentais.

Mas ele não se resume a algo concreto, de fácil definição ou limitado. Ele pode ser o conjunto de conceitos éticos que seus pais lhe ensinaram durante sua vida e pode ser também a guerra. Ele pode ser o mendigo da esquina ou o sultão bilionário da África. O garoto tomando sorvete ou o pai se embebedando com whisky. O político de cara lavada da tv ou o militante de extrema esquerda. Englobando coisas as quais não podemos reivindicar a criação, o sistema é tudo que nos diz respeito. É a indústria, o governo, os meios de comunicação, as escolas, as universidades, os parques, a religião, a família, o individuo, a sociedade. É o prazer, o amor, o pecado, a dúvida, a retidão, o ódio, a indiferença. É o passado, o presente e o futuro. Tudo isto é o sistema. Ouso dizer – sob todas as implicações que isso traz – que ele é imortal.

Quem criou o sistema?

Nós. Eu, você, seu pai, sua mãe, Maquiavel, Lênin, Hitler, Darwin, Buda, Jesus...a partir do momento em que passamos a existir ou nos manifestar de forma racional e organizada na terra. Quem o criou fomos nós. Os seres humanos.

O sistema é mau?

Não. O sistema não é necessariamente mau. Como ele é ambíguo e se manifesta sobre mil formas diferentes, sua natureza não pode ser considerada essencialmente má. Ele não é um demônio superpoderoso sugador de almas humanas. Pelo menos não na maior parte do tempo.

Então porque é feita tanta propaganda para que o sistema seja combatido?

Simples meu caro. O sistema não é todas as suas definições explanadas acima manifestadas sob sua forma original, pura, inócua. Mas antes, são elas transmutadas, manipuladas, centralizadas e controladas na maior parte das vezes sob interesses maléficos. Ou então, é a inversão desses valores tratados de forma natural, maquiados para que pareçam aprazíveis, confortáveis e sedutores ao gênero humano. E logo se tome consciência disso, torna-se natural concentrar os esforços para que ele seja exposto e destruído.



Como eu me insiro no sistema e que implicações tem a sua destruição?

Você não é algo à parte do sistema. Você está completamente inserido dentro dele. Você nasce nele, com efeito, você É o sistema. Mas um belo dia (se tudo conspirar para isso e você ajudar) como todo bom filho revoltado, você se rebela contra o sistema. Você renega a si mesmo, a sua origem, você não quer mais permanecer sob o jugo do papai. Você, na condição de “sisteminha”, de ramo da árvore, de elo na corrente, aponta o dedão para a cara do papai sistema e o rejeita. Faz juras de ódio eterno e se desprende prometendo se vingar. Toma consciência de todo o tempo que passou sendo enganado. Começa aí a sua vendetta. Seu primeiro ato será procurar “sisteminhas” revoltados iguais a você. Ser o sistema e estar fora dele é um profundo ato de duplipensamento. É o duplipensar em sua forma mais pura. Destruir o sistema – sob o aspecto totalitário e idealizado que a expressão carrega – não é possível. Podemos no máximo reunir e estabelecer contato com o maior número possível de “sisteminhas” revoltados e daí, minando sua força e campo de atuação, tentar criar um “outro mundo”, criar um outro sistema sadio, independente e crítico esforçando-nos para que a sua influência consiga “resgatar” outros “sisteminhas” ludibriados, fortalecendo-nos para encarar a guerra com “o” sistema.

Isso não é combater utopia com distopia? Não é uma analogia da eterna guerra entre o bem e o mal?

Nossa intenção, e quando digo nossa, refiro-me aos “sisteminhas revoltados” que a partir de agora serão chamados de “inmassa”. Pois bem, a intenção dos “inmassa” não é combater um mundo falso, podre e cheios de regras ditatórias com um outro mundo recheado de leis e regimentos duvidosos, não é criar duas frentes de batalha que guerreiem em segredo, não temos pretensão nenhuma de dizer o que é “bom” ou o que é “mau”. Mas antes, é quebrar parâmetros (e não estabelecer nenhum), destruir conceitos enraizados e levar o ser humano ao seu mais alto desabrochamento enquanto indivíduo. O resto, o florescer da cultura, do pensar, do senso crítico, virá naturalmente como conseqüência de sua independência em relação á máquina. Para todos os efeitos, e aos olhos dos tolos, não temos objetivo nenhum, partindo do principio de que nossa subsistência e desenvolvimento não depende dele.

Como podem ver, o sistema, por trás de toda sua pseudo-imponência e de suas barreiras impenetráveis, é fraco, é pobre, quebra-se com facilidade, não resiste ao mero despertar de um único individuo. Pesa contra ele sua própria natureza, seu próprio instinto assassino. Quem sai, nunca mais quer voltar.

Aos “inmassa” velhos de guerra e aos recém-convertidos, minhas saudações e meus cumprimentos, minhas boas vindas para se juntar nesta nossa luta silenciosa, dolorosa e mal reconhecida contra ele, o inimigo, o supremo mestre de tudo que nos antagoniza, o sistema! este texto achado no google não tinha o autor




Sistema Capitalista
Capitalismo é o sistema econômico que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciativa dos próprios cidadãos.

No sistema capitalista, as padarias, as fábricas, confecções, gráficas, papelarias etc., pertencem a empresários e não ao Estado. Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura. O capitalista, proprietário de empresa, compra a força de trabalho de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permitem recuperar o capital investido e obter um excedente denominado lucro. No capitalismo, as classes não mais se relacionam pelo vínculo da servidão (período Feudal da Idade Média), mas pela posse ou carência de meios de produção e pela livre contratação do trabalho e/ou tabalhadores.


São chamados capitalistas os países cujo modo de produção dominante é o capitalista. Neles coexistem, no entanto, outros modos de produção e outras classes sociais, além de capitalistas e assalariados, como artesãos e pequenos agricultores. Nos países menos desenvolvidos, parte da atividade econômica assume formas pré-capitalistas, exemplificadas pelo regime da meia ou da terça, pelo qual o proprietário de terras entrega a exploração destas a parceiros em troca de uma parte da colheita.





Outros elementos que caracterizam o capitalismo são a acumulação permanente de capital; a geração de riquezas; o papel essencial desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros; a concorrência, a inovação tecnológica ininterrupta e, nas fases mais avançadas de evolução do sistema, o surgimento e expansão das grandes empresas multinacionais. A divisão técnica do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em tarefas cada vez mais segmentadas no processo produtivo, é também uma característica importante do modo capitalista de produção, uma vez que proporciona aumento de produtividade. O modelo capitalista também é chamado de economia de mercado ou de livre empresa.

A primeira fase de expansão do capitalismo confunde-se com a revolução industrial, cujo berço foi a Inglaterra, de onde se estendeu aos países da Europa ocidental e, posteriormente, aos Estados Unidos. A evolução do capitalismo industrial foi em grande parte conseqüência do desenvolvimento tecnológico. Por imposição do mercado consumidor os setores de fiação e tecelagem foram os primeiros a usufruir os benefícios do avanço tecnológico. A indústria manufatureira evoluiu para a produção mecanizada, possibilitando a constituição de grandes empresas, nas quais se implantou o processo de divisão técnica do trabalho e a especialização da mão-de-obra.



Ao mesmo tempo em que se desencadeava o surto industrial, construíram-se as primeiras estradas de ferro, introduziu-se a navegação a vapor, inventou-se o telégrafo e implantaram-se novos progressos na agricultura. Sucederam-se as conquistas tecnológicas: o ferro foi substituído pelo aço na fabricação de diversos produtos e passaram a ser empregadas as ligas metálicas; descobriu-se a eletricidade e o petróleo; foram inventadas as máquinas automáticas; melhoraram os sistemas de transportes e comunicações; surgiu a indústria química; foram introduzidos novos métodos de organização do trabalho e de administração de empresas e aperfeiçoaram-se a técnica contábil, o uso da moeda e do crédito.

Na Inglaterra, Adam Smith e seus seguidores desenvolveram sua teoria liberal sobre o capitalismo. Na França, após a revolução de 1789 e as guerras napoleônicas, passou a predominar a ideologia do laissez-faire, ou do liberalismo econômico, que tinha por fundamentos o livre comércio, a abolição de restrições ao comércio internacional, o livre-câmbio, o padrão-ouro e o equilíbrio orçamentário. O liberalismo se assentava no princípio da livre iniciativa, baseado no pressuposto de que a não regulamentação das atividades individuais no campo socioeconômico produziria os melhores resultados na busca do progresso.

A partir da primeira guerra mundial, o quadro do capitalismo mundial sofreu importantes alterações: o mercado internacional restringiu-se; a concorrência americana derrotou a posição das organizações econômicas européias e impôs sua hegemonia inclusive no setor bancário; o padrão-ouro foi abandonado em favor de moedas correntes nacionais, notadamente o dólar americano, e o movimento anticolonialista recrudesceu.



Os Estados Unidos, depois de liderarem a economia capitalista mundial até 1929, foram sacudidos por violenta depressão econômica que abalou toda sua estrutura e também a fé na infalibilidade do sistema. A política do liberalismo foi então substituída pelo New Deal: a intervenção do estado foi implantada em muitos setores da atividade econômica, o ideal do equilíbrio orçamentário deu lugar ao princípio do déficit planejado e adotaram-se a previdência e a assistência sociais para atenuar os efeitos das crises. A progressiva intervenção do estado na economia caracterizou o desenvolvimento capitalista a partir da segunda guerra mundial. Assim, foram criadas empresas estatais, implantadas medidas de protecionismo ou restrição na economia interna e no comércio exterior e aumentada a participação do setor público no consumo e nos investimentos nacionais.

A implantação do modo socialista de produção, a partir de 1917, em um conjunto de países que chegou a abrigar um terço da população da Terra, representou um grande desafio para o sistema de economia de mercado. As grandes nações capitalistas passaram a ver o bloco socialista como inimigo comum, ampliado a partir da segunda guerra mundial com a instauração de regimes comunistas nos países do leste europeu e com a revolução chinesa. Grande parte dos recursos produtivos foi investida na indústria bélica e na exploração do espaço com fins militares. Essa situação perdurou até a desagregação da União Soviética, em 1991, e o início da marcha em direção à economia de mercado em países como a China.



Crítica ao capitalismo: A mais rigorosa crítica ao capitalismo foi feita por Karl Marx, ideólogo alemão que propôs a alternativa socialista para substituir o Capitalismo. Segundo o marxismo, o capitalismo encerra uma contradição fundamental entre o caráter social da produção e o caráter privado da apropriação, que conduz a um antagonismo irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado (o empresariado e os assalariados).

O caráter social da produção se expressa pela divisão técnica do trabalho, organização metódica existente no interior de cada empresa, que impõe aos trabalhadores uma atuação solidária e coordenada. Apesar dessas características da produção, os meios de produção constituem propriedade privada do capitalista. O produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade privada. Segundo o marxismo, o que cria valor é a parte do capital investida em força de trabalho, isto é, o capital variável. A diferença entre o capital investido na produção e o valor de venda dos produtos, a mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é outra coisa além de valor criado pelo trabalho.

Segundo os Marxistas, o sistema capitalista não garante meios de subsistência a todos os membros da sociedade. Pelo contrário, é condição do sistema a existência de uma massa de trabalhadores desempregados, que Marx chamou de exército industrial de reserva, cuja função é controlar, pela própria disponibilidade, as reivindicações operárias. O conceito de exército industrial de reserva derruba, segundo os marxistas, os mitos liberais da liberdade de trabalho e do ideal do pleno emprego.

A experiência Marxista: Depois de setenta anos de vigência, e muitas dificuldades internas decorrentes, principalmente, da instalação de burocracias autoritárias no poder, os regimes socialistas não tinham conseguido estabelecer a sociedade justa e de bem-estar que pretendiam seus primeiros ideólogos. A União Soviética, maior potência militar do planeta, exauriu seus recursos na corrida armamentista, mergulhou num irrecuperável atraso tecnológico e finalmente se dissolveu em 1991. A Iugoslávia socialista se fragmentou em sangrentas lutas étnicas e a China abriu-se, cautelosa e progressivamente, para a economia de mercado.


Sistema Comunismo
O Comunismo é um sistema econômico, bem como uma doutrina política e social, cujo objetivo é a criação de uma sociedade sem classes, baseada na propriedade comum dos meios de produção, com a conseqüente abolição da propriedade privada. Segundo esta teoria, no comunismo o Estado passaria a ser desnecessário e seria extinto, sendo substituído por livres associações de produtores.

O Comunismo tenta oferecer uma alternativa aos problemas que são entendidos como inerentes à economia capitalista e ao legado do imperialismo e do nacionalismo. De acordo com a ideologia comunista, a forma para superar esses problemas seria a derrocada da rica burguesia, tida como classe dominante, em prol da classe trabalhadora - ou proletariado – para estabelecer uma sociedade pacífica, livre, sem classes, ou governo.

O pensamento comunista é normalmente considerado parte de um mais amplo movimento socialista, originário nos trabalhos de teóricos da Revolução Industrial e Revolução Francesa, que remontam às obras de Karl Marx. As formas dominantes do comunismo, como o Leninismo, o Trotskismo e o Luxemburguismo, são baseadas no Marxismo; mas versões não-Marxistas do comunismo (como o Comunismo Cristão, e o Anarcocomunismo) também existem e estão crescendo em importância, desde a Queda da União Soviética.

Sistema Socialista

O Socialismo é um sistema sociopolítico caracterizado pela apropriação dos meios de produção pela coletividade. Abolida a propriedade privada destes meios, todos se tornariam trabalhadores, tomando parte na produção, e as desigualdades sociais tenderiam a ser drasticamente reduzidas, uma vez que a produção poderia ser equitativamente distribuída.


No aspecto político o socialismo, ao contrário do que se costuma pensar, não tem um Estado. Isso quer dizer que antes do socialismo a sociedade passa por uma fase chamada de ditadura do proletariado para garantir o domínio da classe proletária sobre as demais (ex.: o feudalismo tinha uma estrutura estatal que garantia o domínio dos senhores feudais; o capitalismo tem uma estrutura estatal que garante o domínio dos proprietários/capitalistas),no entanto, a ditadura do proletariado, ou seja o Estado Operário trabalha no sentindo da sua auto abolição. Segundo Engels, o Estado seria abolido concomitantemente com a abolição das classes e, portanto, na primeira fase da sociedade comunista, chamada de socialismo, não existiria mais Estado. O Estado Operário caracteriza-se pelo domínio dos trabalhadores sobre a burguesia, é o ato revolucionário de expropriação dos meios de produção e quebra da resistência burguesa ao passo que constrói o socialismo e cria as bases para uma sociedade sem classes. Mas, como todo Estado, ele tem formas diferentes de relações entre as diversas instituições.

Segundo Trotsky podemos definir basicamente duas formas de regime num Estado socialista: as democracias operárias e os Estados Operários Burocráticos. As democracias operárias caracterizaram-se pelo alto controle dos trabalhadores sobre a planificação econômica (controle operário); criação de mecanismos de controle pela base; fusão dos poderes executivos e legislativos; revogabilidade permanente dos mandatos, indicados pelos organismos de base; eleição direta via organismos para todos os cargos (inclusive militares), com cláusulas de impedimento de reeleição; separação do Estado e partido; ampla liberdade entre os trabalhadores para expressarem suas posições, à exceção dos casos de sublevação armada.

Os regimes de Estado Operário Burocrático eram caracterizados pelo domínio de uma casta burocrática; supressão, ou manutenção apenas na forma, dos organismos de base; planificação por essa burocracia, sem controle operário; alta hierarquização no serviço público; fusão de Estado e partido; e supressão da liberdade de imprensa. O primeiro pode ser encontrado como experiência histórica em caráter embrionário no processo conhecido como Comuna de Paris, em 1871 e, na revolução espanhola. O segundo, no estado russo a partir da NEP, na República Popular da China, na Coréia do Norte, em Cuba e no Leste Europeu. É interessante observar que os dois regimes não são tão semelhantes como era de se esperar (já que ambos recebem o rótulo de socialistas) e que o Estado Operário Burocrático foi duramente criticado e rechaçado por Trotsky, um conhecido pensador socialista. Esse exemplo serve bem para ilustrar como o pensamento socialista pode tomar formas diferentes e frequentemente conflitantes.

É importante salientar que esta designação não aparece em Marx e já aparecia em Lênin, que antes de morrer reconhecia a URSS como capitalismo de Estado e como uma burocracia forte e nascente.


China e socialismo. Durante as três décadas que se seguiram ao estabelecimento da República Popular da China (RPC), em 1949, parecia que estas palavras estariam juntas para sempre numa unidade inspiradora. A China foi forçada a sofrer a humilhação da derrota na Guerra do Ópio com a Grã-Bretanha em 1840-42 e o tratado de abertura de portos que se seguiu. O povo chinês sofreu não só sob o governo despótico do seu imperador e depois de uma série de senhores da guerra como também sob o peso esmagador do imperialismo, o qual dividiu o país em esferas de influência controladas pelo estrangeiro. Gradualmente, principiando na década de 1920, o Partido Comunista Chinês conduzido por Mao Zedong organizou a resistência popular crescente à dominação estrangeira, à exploração do país e à ditadura de Chiang Kai-shek. O triunfo da revolução sob a liderança do Partido Comunista Chinês chegou finalmente em 1949, quando o partido proclamou que poria um fim não só ao sofrimento do povo como traria um novo futuro democrático baseado na construção do socialismo.

Não pode haver dúvida de que a Revolução Chinesa foi um evento histórico de proporções mundiais e de que tremendas realizações foram alcançadas sob a bandeira do socialismo nas décadas que se seguiram. Contudo, é nossa opinião que esta realidade não deveria cegar-nos para três factos importantes: primeiro, no momento da morte de Mao, em 1976, o povo chinês ainda estava longe de alcançar as promessas do socialismo. Segundo, a partir de 1978 o Partido Comunista Chinês embarcou num processo de reforma com base no mercado que, apesar de alegadamente concebido para revigorar o esforço para a construção do socialismo, conduziu realmente para a direcção oposta e a um grande custo para o povo chinês. E, finalmente, pessoas progressistas por todo o mundo continuam a identificar-se e a tomar como fonte de inspiração desenvolvimentos na China, vendo o rápido crescimento do país orientado para a exportação como a confirmação das virtudes do socialismo de mercado ou a prova de que, sem considerar etiquetas, a activa direcção do Estado da economia pode produzir desenvolvimento com êxito dentro de um sistema capitalista mundial.

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